Embaixador de Israel responde na Folha de S. Paulo
A Folha de São Paulo, manipuladora, não reflete a idéia ou opinião dos descendentes judeus no Brasil, das igrejas e simpatizantes do povo israelita.
Rafael Eldad, embaixador de Israel no Brasil, pôde responder a uma
matéria de Natal da Falha de S. Paulo que insinuava que Maria era
palestina e estaria ameaçada pelo muro de Israel. O embaixador deixa claro que o
muro é para proteger os judeus contra ataques terroristas muçulmanos. Como se
sabe, a vasta maioria dos palestinos são muçulmanos.
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Rafael Eldad, embaixador de Israel |
O lamentável é que a Falha tenha colocado o artigo do
embaixador num espaço público do jornal, sem nenhum destaque, explicando ainda
que as opiniões dele não refletem as opiniões do jornal. E com relação à matéria
mentirosa que insinuou que Maria era palestina e que Israel, não um suposto
Estado palestino, seria uma ameaça para Maria? Ficou em lugar de destaque,
refletindo as opiniões da Falha — que pelo visto não têm apreço nenhum
pela verdade.
Em momento algum, a Falha pediu perdão, e acha que a mera
resposta do embaixador publicada num canto público pode acalmar os leitores e
amantes do verdadeiro jornalismo.
Eis o artigo do embaixador na Folha tentando fazer um acerto
dentro da Falha incorrigível:
Rafael Eldad: Preservar vidas
Foi com muita surpresa e apreensão que lemos a reportagem "Um muro no
caminho de Maria", publicada na edição da Folha do dia 25 de dezembro, no
caderno "Mundo".
O texto, estranhamente, mesclou relatos da Bíblia com questões
políticas contemporâneas. E, como se não bastasse tal mistura explosiva, pecou
por não ouvir o outro lado, pilar básico do jornalismo praticado por esta
empresa de comunicação.
A reportagem, superficial e baseada em comparações sem sentido, não
explicou ao leitor o motivo da existência de barreiras e de bloqueios na
conflagrada região. Optou por criticar Israel, sem dar o devido direito à
defesa, exatamente em um dos dias mais sagrados para o cristianismo, o Natal.
Passado o impacto inicial, tentamos entender tal iniciativa num
jornal que aprendi a respeitar e admirar desde o primeiro dia em que cheguei ao
Brasil. Com o espaço agora oferecido, reforço meu respeito por um diário que
apresenta a admirável qualidade de acolher as críticas.
Como é amplamente sabido, liberdade –seja de expressão, seja de
religião– é um bem escasso no Oriente Médio. Israel, apesar da constante
beligerância de vizinhos empenhados em destruí-lo, jamais abriu mão de construir
uma sociedade democrática.
Vejamos, por exemplo, a situação dos cristãos. Representavam 20% da
população do Oriente Médio até o início do século 20. Hoje, porém, representam
apenas 5%. Fogem da repressão e da violência.
O único país na região onde a população cristã cresce regularmente é
o Estado de Israel. Em 1980, lá viviam 90 mil cristãos. Atualmente, eles são
mais de 155 mil.
Lembremos também que mais de 1,6 milhão de turistas visitaram em 2013
a cidade de Belém, na Cisjordânia, marcando um recorde para a cidade, e dezenas
de milhares chegaram especificamente para comemorar o Natal.
Deve ser lembrado, ainda, que a construção de uma barreira defensiva
(o chamado muro) entre Israel e a Cisjordânia foi decorrência dos múltiplos
ataques terroristas perpetrados por facções palestinas contra a população civil
de Israel e tiveram origem na margem ocidental do rio Jordão.
Entre 2000 e 2005, mais de mil israelenses foram assassinados durante
a chamada Segunda Intifada, iniciativa tristemente baseada no terrorismo e na
figura dos homens-bomba que se seguiu à recusa palestina em assinar um acordo de
paz após as negociações de Camp David.
Depois da construção do muro, os atentados foram reduzidos em 100%,
preservando o mais importante para todos os amantes da paz: as vidas humanas.
O governo de Israel cumpre a missão de proteger seus habitantes. Sem
terrorismo, não precisaremos mais de muros e barreiras.
No próximo ano, desejamos que o voto do papa Francisco, proferido em
seu discurso natalino, se torne uma realidade ao pedir a "conversão do coração
dos violentos por um desfecho feliz das negociações de paz entre israelenses e
palestinos".
Feliz ano novo para o Oriente Médio e para todo o povo brasileiro.
RAFAEL ELDAD, 64, é embaixador de Israel no Brasil
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