Gilberto Carvalho e Ariovaldo Ramos firmam parceria entre governo e evangélicos que seguem eles.
Gilberto Carvalho e Ariovaldo Ramos firmam parceria entre governo e evangélicos que os seguem. Pois evangélicos não tem representantes, principalmente que passado negro como esses.
Julio Severo
O ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho,
participou de importante reunião promovida pela Aliança Evangélica (AE) em 28 de
fevereiro na Igreja Presbiteriana de Brasília, DF. Recebido por cerca de 70
líderes evangélicos, Carvalho ouviu de Ariovaldo
Ramos, representante da AE, o compromisso de apoio. “Vamos apoiar as ações
do Governo que favorecem o pequeno, o pobre… Queremos ser um instrumento de
parceria”, disse Ariovaldo, que também declarou que irá fazer “cobranças” quando
o governo se desviar do direcionamento socialista em suas
políticas.
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Gilberto Carvalho na reunião da Aliança Evangélica |
Gilberto Carvalho agradeceu as palavras de Ariovaldo e confirmou o
desejo do governo de caminhar em diálogo e parceria com a AE. “Ai das igrejas
que perdem o caráter de profecia. Ai do governo que se fecha”, afirmou ele, em
palavras que em muito recordaram Robinson Cavalcanti, que igualmente atrelava o
caráter profético das igrejas ao ativismo socialista.
Encontro de “irmãos”
Carvalho, que também foi seminarista católico, confessou sentir-se
dividido naquele momento: se falava como representante do governo ou como um
irmão e companheiro da caminhada. “Agradeço do fundo do coração o convite. Somos
companheiros de caminhada. Ouvir vocês foi um bálsamo, um oásis no
deserto”.
Essa identificação de “irmãos” não é de forma alguma surpresa.
Carvalho tem um histórico de engajamento nas comunidades eclesiais de base da
Igreja Católica. Essas comunidades eram vespeiros da marxista Teologia da
Libertação.
Gilberto Carvalho com Ariovaldo Ramos na reunião da Aliança Evangélica |
“O problema são os neopentecostais”
Contudo, algo mais os une. No evento na Igreja Presbiteriana de
Brasília, Ariovaldo mais uma vez se queixou das igrejas neopentecostais,
especialmente seus televangelistas — queixa amplamente compartilhada por toda a
esquerda evangélica, desde Caio Fábio até o assassinado bispo marxista Robinson
Cavalcanti.
Essa queixa também encontra eco nos resmungos políticos de Gilberto
Carvalho. No ano passado, ele disse que o PT precisava fazer uma disputa
ideológica com os televangelistas neopentecostais, que estão minando as
campanhas do PT de doutrinação pró-aborto e pró-homossexualismo da
população.
O PT quer, na visão de Carvalho, tirar da influência neopentecostal
suas vastas multidões que têm sido ensinadas a rejeitar a agenda abortista e
homossexualista do governo.
Mudez diante do histórico de Carvalho envolvendo assassinatos
Carvalho, atuante homem forte no governo de Lula e Dilma Rousseff,
foi o principal articulador do PT nos eventos posteriores ao assassinato de
Celso Daniel, o prefeito petista de Santo André que “sabia demais”. Várias
pessoas que foram testemunhas do assassinato foram depois também assassinadas. O
caso envolvia grandalhões.
Carvalho era braço-direito do prefeito e, conforme denunciaram os
irmãos do prefeito assassinado que hoje encontram-se exilados em outro país por
ameaças de morte, o PT tinha um grande esquema de corrupção em Santo André, onde
enormes somas de dinheiro eram levadas à cúpula do PT — no caso, para José
Dirceu.
Com a força sinistra de Carvalho, o caso foi abafado, com todos os
seus escândalos e sangue derramado. Está fácil para o PT agir como se dominasse
tudo. Afinal, como declarou o colunista Reinaldo Azevedo: “Os petistas, embora
não o digam em público, consideram que a oposição está liquidada”.
Televangelistas: única oposição que sobrou contra a agenda socialista de aborto e sodomia
De fato, o PT não tem oposição política ou midiática secular nenhuma.
O PSDB, que é pintado como “oposição”, nada mais faz do que imitar o PT, como
comprova a
insana lei anti-“homofobia” do Estado de São Paulo, a qual saiu diretamente das entranhas do
PSDB.
Na eleição de 2010, o Brasil inteiro viu como o PT
estremeceu quando as denúncias de sites e blogs
evangélicos contra o aborto e o homossexualismo colocaram em risco a eleição de
Dilma Rousseff, que precisou mentir para ganhar o público evangélico. O PT
continua com medo dos evangélicos.
De modo geral, a mídia evangélica se abstém de tocar em assuntos que
incomodam o governo, como aborto e homossexualismo. Às vezes, quando falam,
acabam recuando, como aconteceu com a Universidade Presbiteriana Mackenzie, que
tinha um manifesto
contra o PLC 122, mas prontamente o retirou quando os ativistas gays
ameaçaram.
Entretanto, na televisão, a voz mais forte e vigorosa contra a agenda
gay tem sido a de Silas Malafaia, seguida de algumas outras poucas vozes de
líderes neopentecostais.
Essas vozes poderiam ser mais fortes, mas foram cooptadas pelo PT
mediante o trabalho satânico de evangélicos petistas. No início da década de
1990, a revista Ultimato, de linha calvinista esquerdista, se revoltava
contra a oposição neopentecostal feroz ao PT. Paul Freston, que era membro de
carteirinha do PT e articulista da Ultimato, se queixava de que as
igrejas neopentecostais usavam suas redes de televisão para mostrar oposição
sólida ao PT, e questionava como levá-las aos currais petistas.
Graças à lábia macia de Caio Fábio, que era então colunista da
revista Ultimato e o maior pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil,
essas igrejas acabaram se unindo a muitas igrejas históricas no apoio ao PT,
embora muitas delas ainda usem, ainda que timidamente, seus canais de televisão
para condenar a legalização do aborto e da sodomia.
Denúncias “proféticas” contra Marcos Feliciano, mas não contra Carvalho e o PT
Para Gilberto Carvalho, o apoio dos neopentecostais é inconfiável. Um
dos exemplos é Marcos Feliciano, que em 2010 militava pela eleição de Dilma
Rousseff. Mas ele nunca deixou de expressar publicamente sua oposição ao aborto
e ao homossexualismo, gerando incomodo e mal-estar no PT.
Em contraste, evangélicos progressistas como Ariovaldo Ramos e seus
colegas da Aliança Evangélica preferem fazer outros tipos de cobrança do
governo: maiores intervenções estatais na economia pretensamente para ajudar os
pobres, maior estatização da educação e saúde, etc. Enfim, a proposta deles,
conscientemente ou não, coloca o governo como o Grande Deus Pai de todos,
gerando plena satisfação no PT e outros partidos socialistas.
Embora a AE também tenha algumas declarações que parecem apontar para
um posicionamento pró-vida e pró-família, essas não são suas preocupações
principais. Além disso, a AE nunca mostrou nenhum sussurro “profético” contra os
constantes esforços do governo de avançar a legalização do aborto e do
homossexualismo.
Enquanto o governo socialista de Dilma Rousseff despeja propaganda
atrás de propaganda a favor do aborto e do homossexualismo, tudo o que a AE faz
é bocejar. Mas o que ficou muito mais vergonhoso é que vários líderes da AE,
inclusive o próprio Ariovaldo Ramos, assinaram
documento de repúdio à nomeação do Pr. Marcos Feliciano à presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos
Deputados. Eles preferiram se unir ao fundamentalismo socialista do PT, que
promove descaradamente a cultura da morte, nos ataques a Feliciano — que, mesmo
tendo apoiado o PT no passado, não abre mão de denunciar profeticamente a agenda
de aborto e homossexualismo do governo.
Esse tipo de denúncia profética, que é bíblica, a AE nunca fez, e
diante dos chefões do PT, não a faz. Mas ataca furiosamente os que a
fazem.
AE: Nada de denunciar a obsessão estatal de aborto e sodomia
O próprio Ariovaldo, um dos chefões da AE, não cobrou de Carvalho a
obsessão dele e do governo petista envolvendo o aborto e o homossexualismo.
Aliás, Ariovaldo nem quis mencionar o sinistro papel do ministro antes, durante
e depois dos assassinatos em Santo André. Pelo contrário, os dois se abraçaram
como irmãos.
Entretanto, para Feliciano, nada de abraços. Só condenações. Muito
diferente de Carvalho, Feliciano, por mais imperfeito que seja, não tem
histórico de envolvimento com assassinatos, nem com aborto, nem com
homossexualismo. Mas em vez de assinar um documento público contra Carvalho,
Ariovaldo e seus capangas da AE assinaram um documento contra
Feliciano.
Quer deixar o diabo, o inferno e o PT felizes? Chame um evangélico
progressista para fazer as coisas. De acordo com o Dicionário Aurélio,
“progressista” significa: “Diz-se de quem, não pertencendo a um partido
socialista ou comunista, aceita e/ou apóia, no entanto, os princípios
socialistas ou marxistas”.
Como todos os membros da AE, Feliciano também já cometeu o erro de
apoiar o PT. Mas ele foi “infiel” ao não abrir mão de denunciar o aborto e o
homossexualismo. Agora, ele está sofrendo as consequências: a ira do PT, do
movimento gay, da esquerda secular e… da esquerda evangélica, muito bem
representada pela AE.
“Denúncias” para ajudar o governo a manter os pobres brasileiros no curral socialista
Como fiel adepta da esquerda, a AE nunca incomodará Carvalho e o PT
sobre assassinatos, aborto e homossexualismo. A única denúncia “profética” que
poderia vir da AE contra o governo é se o governo se desviar de seu chamado
socialista de Grande Deus Pai de todos.
Se o governo deixar de dar bolsas-esmolas, comprando assim o voto e
alma dos pobres brasileiros, aí sim a voz da AE, através de Ariovaldo Ramos e
outros representantes, falará com sua típica estridência “profética” inspirada
em Karl Marx. Esse é o tipo de voz que Gilberto Carvalho e o PT adoram
ouvir.
Afinidade e irmandade
Carvalho vê afinidade e esperança nesse tipo de evangélico. Os dois
lados querem o governo como Grande Deus Pai de todos e os dois veem as igrejas
neopentecostais com muita preocupação e obstáculo para suas
ambições.
Nada mais justo do que os dois caminharem juntos como irmãos, ainda
mais que as eleições presidenciais de 2014 estão chegando.
Por isso, não é de estranhar que os irmãos tenham celebrado uma
parceria dentro de um templo da IPB em Brasília.
Nada mais justo Ariovaldo Ramos representar a Aliança Evangélica e
Gilberto Carvalho representar o governo. Aliança perfeita! Parceria
perfeita!
Contudo, será que todos os presbiterianos do Brasil concordam que um
templo da IPB tenha sido usado para essa aliança nada celestial?
A reunião da AE com a presença do ministro Gilberto Carvalho na
Igreja Presbiteriana de Brasília firmou os passos numa parceria estratégica que,
de acordo com os idealizadores, vai até 2015.
A reunião foi feita no mesmo dia (28 de fevereiro) em que o
supremacista gay Jean
Wyllys foi ovacionado na Universidade Presbiteriana
Mackenzie.
Eu poderia dar para a AE este versículo:
“Jamais vos coloqueis em jugo desigual com os descrentes. Pois o que
há de comum entre a justiça e a injustiça? Ou que comunhão pode ter a luz com as
trevas?” (2 Coríntios 6:14 KJA)
Mas como o calvinista Ariovaldo Ramos e o católico Gilberto Carvalho
conhecem a Bíblia e, ainda assim, preferem caminhos socialistas, só posso
perguntar: O que há de incomum entre um socialista calvinista e um socialista
católico? Ou que desunião e descomunhão poderiam haver entre a Aliança
Evangélica e o governo socialista de Dilma Rousseff?
Trevas combinam com as trevas. Evangélicos esquerdistas combinam com
católicos esquerdistas. E evangélicos esquerdistas combinam com governo
esquerdista.
Nada, pois, poderá atrapalhar a parceria deles — a não ser alguns
neopentecostais!
Com informações da
revista Ultimato e site da Aliança Evangélica.
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