Entrevista do Pastor Marcos Feliciano à revista Playboy
Entrevista de Feliciano à Playboy pode lhe custar título de pastor
Em ano eleitoral, Assembleia de Deus decide se vai excluir um de seus mais destacados políticos e pastores
Julio
Severo
A
Convenção Fraternal das Assembleias de Deus no Estado de São Paulo (Confradesp)
pode, de acordo com reportagem tendenciosa da Folha de S. Paulo, cassar o
título de pastor do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) por ele ter dado uma
entrevista à Playboy, revista conhecida pela promoção da pornografia.
Marco Feliciano |
De
um lado, estava Feliciano, debaixo de artilharia pesada, apresentando seus
valores opostos à cultura da morte. Ao contrário de muitos convidados que ficam
à vontade para desabafar suas sujeiras morais mais íntimas, a revista não deixou
Feliciano à vontade por um só minuto, crivando-o de perguntas para fazê-lo
escorregar em seus valores.
O
pastor assembleiano não elogiou nem a revista nem suas pornografias e
sem-vergonhices. Em vez de tirar a roupa, ele desnudou muitas mentiras na
cultura de hoje, afirmando que “cerca de 80% dos casos de homossexualidade são
decorrentes de abuso sexual na infância.”
Ele
destacou também que o incentivo ao “casamento” de mesmo sexo faz parte de um
“pensamento que vem da ONU.” Esse pensamento, segundo ele, inclui controle da
natalidade e aborto.
Ele
declarou que a criminalização da chamada “homofobia” é algo que a ONU está
impondo no Brasil.
Numa
de suas muitas alfinetadas, a revista perguntou-lhe: “O senhor não teme estar
generalizando ao associar a promiscuidade ao homossexualismo?”
A
essa pergunta burra, que alega, sem base nenhuma, que a homossexualidade não
teria ligação nenhuma com imoralidade nenhuma, Feliciano respondeu:
“Eu
defendo a base da família, que é algo puro e santo, sagrado para mim. Em todas
as sociedades, antes da sociedade, antes do Estado, vem a família… E a família,
para mim, é homem e mulher e aquilo que gerar disso. Qualquer coisa contrária a
isso, para mim, é contrária à própria criação e natureza humana.”
A
revista também perguntou, em tom de ataque: “Crimes de homofobia são
mentira?”
Feliciano
respondeu desfazendo percepções erradas: “Não são mentiras, mas são exagerados.
Num país com 50 mil assassinatos por ano, 2012 teve 270 crimes tidos como de
homofobia. Desses, apurados um a um, 70% foram crimes passionais. Crimes
cometidos pelo parceiro homossexual. E o restante, crimes tidos como homofóbicos
porque morreu um homossexual, mas que não foram elucidados.”
Com
ousadia, Feliciano declarou que é completamente contra o aborto, pois, de acordo
com ele, “a vida deve ser protegida desde a concepção.”
Ele
também contou que antes de sua experiência de conversão estava envolvido com
cocaína, bebidas alcoólicas e sexo.
Na
tentativa de dar um testemunho para o público da Playboy que está
totalmente mergulhado em trevas, Feliciano, sob fogo cerrado de perguntas
mal-intencionadas, se mostrou humano, fraco e insuficiente em algumas respostas,
mas nada que se aproximasse da apostasia das celebridades do mundo gospel, como Brian McLaren,
que apoia o chamado “casamento” gay.
Houve
fraqueza, mas não apostasia.
Então,
por que a Folha de São Paulo e grandes mídia seculares do Brasil estão
destacando, com mal-disfarçada satisfação, que a Confradesp está ameaçando
Feliciano com perda do título de pastor?
O
pastor Lelis Washington, que faz parte da diretoria da Confradesp, diz que o
problema não está no conteúdo das declarações de Feliciano à Playboy. Ele
disse: “Deixando de analisar a entrevista, não é essa literatura que
recomendamos aos fiéis.”
Se
a questão fosse apostasia, a Confradesp teria obrigação de fazer com Feliciano o
que a denominação de McLaren não está fazendo com ele.
Se
a questão fosse fraqueza, caberia à Confradesp tratar de forma fraternal e
bíblica para corrigir os erros de seu pastor.
Mas
se a única questão, conforme destacou o Pr. Lelis, é que a Playboy não é
uma revista que a Assembleia de Deus recomenda, a solução é simples: é preciso
averiguar as declarações públicas de Feliciano para apurar se ele tem promovido
a leitura da Playboy entre assembleianos e outros cristãos. Se o fez, a
Confradesp tem o direito e a obrigação de discipliná-lo com rigor.
No
entanto, se ele não fez nenhum proselitismo em prol da revista pornográfica, mas
em vez disso só aproveitou o espaço que lhe foi oferecido para alcançar o
público pornográfico da revista, qual é o mal em dar testemunho para quem está
nas trevas?
O
seguidor de Jesus Cristo tem chamado para brilhar na escuridão. Se não podemos
brilhar onde os pecadores estão, onde nossa luz deve acender? Só dentro da
igreja?
Não
posso falar pelo Feliciano, mas se um pai-de-santo, a Globo ou outro me
convidar, sou livre para aceitar. Nós cristãos somos chamados para brilhar no
meio das trevas, não no meio da luz. Claro que não podemos usar esse espaço para
dizer: “Os trabalhos do pai-de-santo são bons. A Globo é uma emissora
pró-família, etc.” Cristão que só brilha no meio de cristão não sabe seu
chamado. Se a Playboy, que é das trevas, me quisesse entrevistar, sem
censura e imposição, eu poderia aceitar. Mas isso não é desculpa para nenhum
cristão comprar essas revistas sujas. É oportunidade para um testemunho, ainda
que pequeno, brilhar no meio da escuridão. Lâmpada que brilha só de dia não
presta.
José Wellington: apoio a Dilma. E Feliciano? |
José
Wellington, num comportamento que em nada perde para tirar a roupa para a
Playboy, no ano passado sinalizou apoio a Dilma Rousseff, mesmo depois de inúmeras
evidências de um governo obstinadamente contrário à família e à vida. Se deve
haver disciplina, por que só Feliciano? Pelo menos no caso da Dilma, ele já se
arrependeu.
De
acordo com reportagem de
Neto Gregório, do GospelPrime, Feliciano está sob risco de ser excluído da
CGADB, como se ele tivesse cometido um pecado maior do que sinalizar apoio a uma
abortista e homossexualista ou como se ele tivesse apoiado o aborto e o
“casamento” gay.
Se
Feliciano perder o pastorado por decisão da Confradesp, ele automaticamente
perde sua base eleitoral assembleiana. Quer queira quer não, vai ficar a
impressão de que alguém limpou o caminho para o filho de alguém se eleger com
facilidade.
Que
um esforço de testemunho para o público nas trevas da Playboy não se
transforme em porta aberta para as trevas da ambição na maior denominação
assembleiana do Brasil.
Fonte:
www.juliosevero.com
Comentários